terça-feira, 14 de dezembro de 2010

o Corpo Humano

A visita de estudo à Exposição "O Corpo Humano" na Alfandega do Porto deu lugar a um belíssimo texto a 4 mãos. Bem hajam Madalena Campos e Estefânia Surreira!


Visita de estudo à exposição “ O corpo humano como nunca o viu”

O corpo humano em manuais escolares, em livros científicos, já era algo que se encontrava disponível para leigos há anos, mas o corpo humano dissecado e mostrado ao público em geral, é algo de inovador. Daí o sucesso desta exposição em todo o mundo. Esta é, por isso, uma exposição única e imperdível!
Ver ao vivo o nosso interior, órgãos, veias, artérias, ossos ,músculos, nervos, epiderme, impressiona e mostra-nos a complexidade e perfeição da matéria de que somos feitos. Faz-nos meditar na obrigação de fazer o que está ao nosso alcance para que todo aquele feixe de nervos, articulado de ossos, ramificações de vasos sanguíneos, plástica de musculatura, trabalho em sintonia de órgãos, não sofra qualquer atentado ao seu equilíbrio e desempenhe o papel que lhe foi destinado. E reporta-nos para o que existe para além da matéria, para a grande questão da origem de toda a matéria.
Reporta-nos por isso também, para a teoria da Evolução das Espécies, de Darwin. Este naturalista do séc. XIX, no seu livro "A Origem das Espécies” (1859), introduziu a ideia de evolução a partir de um ancestral comum, por meio de selecção natural. Esta tornou-se a explicação científica dominante para a diversidade de espécies na natureza. A sua épica viagem a bordo do HMS Beagle, permitiu-lhe concluir que toda a matéria, incluindo a animal, sofrera mutações ao longo dos tempos.
Ver esta exposição com olhos Darwinianos, é interrogarmo-nos sobre a nossa própria origem, e viajarmos mentalmente por um passado e um futuro remotos, tentando imaginar a evolução de toda a matéria de que somos feitos. Aqui, o presente ocupa um pequeno espaço. É um conceito temporal insignificante, quando comparado com os milhares de anos de evolução da matéria humana. Esta exposição é o ponto de partida para uma reflexão séria. Será o Homem um produto final, um ser completamente acabado, criado por Deus e à imagem de Deus? Ou antes uma complexa máquina auto-suficiente, que evolui , se transforma, se adapta ao meio que o rodeia?
A matéria Humana, seguidora incondicional da evolução dos tempos? Esta exposição é um convite, não só à reflexão, mas também à tomada de consciência de que nada ou pouco sabemos sobre nós próprios e de que é necessário sabermos cada vez mais, para, deste modo, protegermos a nossa espécie, se não quisermos que também ela, faça parte das espécies em vias de extinção.
Texto a quatro mãos
Madalena Campos e Estefânia Surreira

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